terça-feira, 22 de maio de 2007

"Tão importante quanto construí-los é conservá-los."

A FBVA - Federação Brasileira de Veículos Antigos - com a finalidade de promover o desenvolvimento do antigomobilismo no Brasil, estará sempre buscando as informações necessárias para facilitar os processos de legalização dos veículos, tanto no que diz respeito à importação de automóveis e peças, quanto no aspecto do emplacamento especial, uma conquista da FBVA junto aos órgãos competentes.


O que é placa preta:
É o "Licenciamento Especial para Veículos de Coleção", conforme Resolução nº 56 do Código de Trânsito Brasileiro de 21 de Maio de1998.

Quais os requisitos para um carro ter uma placa preta?
Ter sido fabricado há mais de trinta anos; - conservar pelo menos 80% de suas características originais de fabricação; - integrar uma coleção (individual ou de um clube); - apresentar Certificado de Originalidade, reconhecido pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN.

Por que ter um carro com placa preta?
Os veículos com certificados de originalidade emitidos pela Federação Brasileira de Veículos Antigos - FBVA e seus clubes filiados passam a fazer parte de um cadastro que permitirá, no futuro, determinar o acervo nacional. A FBVA emite o certificado de originalidade dentro dos critérios do DENATRAN e fornece um documento especial para veículos de coleção.O Licenciamento Especial para Veículos de Coleção (Placa Preta) a partir do certificado de originalidade, permitirá que os veículos antigos com mais de 30 anos mantenham suas características originais e sejam dispensados da Inspeção Veicular.

Onde e como obter uma placa preta?
Por intermédio dos mais de 60 clubes filiados a FBVA. Visite www.fbva.com.br

Preciso ser sócio de algum clube para conseguir uma placa preta?
Sim, pois o DENATRAN não vistoria nem emite o certificado de originalidade.

Quais os custos para se ter uma placa preta?
O valor sugerido pela FBVA aos clubes é de R$65,00 para custear a vistoria e a emissão do certificado de originalidade.

O licenciamento do carro é feito normalmente?
Em posse do certificado de originalidade, o proprietário deverá apresentá-lo junto com os demais documentos para licenciamento.O novo documento deverá constar no campo "categoria" como de "coleção". Este critério varia de estado para estado, município para município.A partir de 2002, no caso do Estado de São Paulo, o carimbo vermelho "veículo de coleção" usado anteriormente no documento não tem validade. Vale a palavra "col" ou "coleção" grafada no campo "categoria" e registrada no sistema de emissão de documentos do Detran.

Como saber se meu carro obedece os critérios antes de ser avaliado para obtenção da placa preta ?Isso vai me custar algo?
Consulte um clube para saber os critérios da avaliação. A FBVA criou, após análise das planilhas de avaliação de vários países, uma planilha adaptada a realidade brasileira e um "Manual do Avaliador" para padronização e orientação a seus clubes filiados. Uma sugestão da FBVA a seus clubes quanto aos veículos reprovados na vistoria, é de pemitir um prazo de 60 dias para correção dos ítens penalizados e realizar uma nova vistoria sem nenhuma cobrança.

Fonte: Federação Brasileira de Veículos Antigos.

Carros exibidos em Exposição e Museus:



Alguns carros clássicos, são exibidos em exposições e museus, tem aparência de novos, como por exemplo , os modelos dos carros expostos no Museu do Carro Antigo (Vilarejo São Paulo):


Os carros ficam expostos entre uma mesa e outra e, os apreciadores podem contar não somente com a imagens dos veículos no local, mas também com grandes informações disponíveis no acervo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Entrevista!!!

Alexandre Franco é apreciador de carros antigos e nos responde questões com grande desembaraço, sobre um dos seus assuntos preferidos: os Carros Antigos.

Porque tantas pessoas valorizam os carros antigos?
Alexandre: Seria a realização de um sonho antigo de uma pessoa que na época, desejava obter aquele carro e não tinha condições financeira e, hoje, mesmo tendo a oportunidade de comprar um carro moderno, não se satisfaz por completo, pois criou-se um desejo sentimental que só será realizado quando obter aquele "objeto" que mesmo não tendo valor algum, ou representar nada para outra pessoa, significa muito para esse sonhador.

Existe alguma "tribo" para os amantes de carros antigos?
Alexandre: Sim, não apenas uma, mas várias, e ficam situadas em diversos pontos do país. Esses encontros são divididos pelos modelos dos carros, como por exemplo, existe o clube do Monza, da Maverick, do Fusca, do Opala, das Pickup´s e de muitos outros, inclusive do Celta. O s clubes não permitem negociações entre freqüentadores, mas muitos negociam escondido.

Quem freqüenta esses encontros?
Alexandre: Costumo ir com meus filhos e minha esposa, o lugar é tranqüilo e além de conseguirmos contatos (que é muito interessante), fazemos amizades e freqüentamos não somente os encontros dos carros antigos mas outros lugares também. O legal dos encontros, é que muitas pessoas vestem-se com as roupas da típica do carro.

Nos dias atuais não é comum vermos veículos muito antigos nas ruas, existe alguma explicação para isso, já que existem tantos apreciadores?
Alexandre: Existe uma lei brasileira que proibe que carros antigos andem nas ruas das cidades, através disso, a Federação Brasileira de Veículos Antigos faz uma avaliação geral no automóvel e caso considerem que o veículo não tem condições de transitar nas ruas, o proprietário deverá pagar a vistoria e caso contrário, o mesmo recebe a placa preta, passando a ser considerado um carro clássico e permitindo que o veículo possa transitar livremente.

Como é feita essa avaliação e o que o veículo precisa ter para obter a placa?
Alexandre: O veículo avaliado deverá receber uma pontuação mínima e, caso algum ítem não estiver de acordo com a exigência serão descontados pontos, que somados indicará se o veículo está ou não seguro para andar nas ruas. A pessoa que ter seu veículo avaliado deverá se associar a algum clube e não pode haver nenhuma peça que não seja original do veículo, além da conservação que deve permanecer intacta.


Onde podem ser encontradas as peças para restauração de um veículo antigo?
Alexandre: Alguns anos atrás não encontrava-se peças para veículos antigos com grande facilidade, hoje existem empresas que produzem essas peças e distribuem no mercado, mas mesmo com o acesso fácil o preço continua alto.


Alexandre é freqüentador dos encontros de carros antigos e funcionário do Auto Shopping Cristal (localizado no Shopping SP Market), além da entrevista, disponibilizou-nos algumas fotos dos encontros e de seu arquivo pessoal:


sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Estresse da Vida de Motoboy
por Ana Paula Firmino

Os Motoboys correm estressados em meio ao trânsito da cidade de São Paulo, para mais uma das dezenas entregas que deve fazer durante o expediente. Sem assistência médica, e com o salário muito baixo, essa é uma das poucas oportunidades de emprego para muitos adolescentes.

Assim é a rotina de Leandro Gárcia Ferreira, de 19 anos. Motoboy há 3 meses garante que apesar da vida estressante, gosta da carreira do dia-a-dia.

“Trabalho andando de moto, que é uma das coisas que eu mais gosto de fazer.”

Além de trabalhar entregando correspondência para a empresa via amarela do metrô, a noite trabalha como Motoboy do Habib’s, do qual chega a fazer entregas até 28 minutos, Leandro está acostumado com o risco que corre diariamente e a falta de segurança no meio que trabalha. “Riscos sempre há, em qualquer lugar, mas estou acostumado. Já sofri um acidente de moto, e sei que pode acontecer com qualquer um. O triste é que não podemos contar com assistência médica nesses casos, por isso procuro tomar o máximo de cuidado possível.”

Os motoqueiros geralmente durante o trânsito são privilegiados, que entre os intervalos conseguem passar, em questão do respeito entre o motoboy, motoristas de ônibus e carros. “Já desrespeitei, mas é lógico que já fui desrespeitado, mas agente deixa barato.”

A violência nas ruas de São Paulo é muito grande, e continua crescendo a cada dia, principalmente os assaltos.

“Já fui assaltado pelo próprio cliente, fiz a entrega e além dele não pagar, ainda pegou o dinheiro de outras entregas.”

A maioria desses jovens sonham em dar continuidade aos estudos, exercer alguma profissão.

“Pra falar verdade não penso muito nisso, mas uma área de interesse é Educação Física, porque mexe com esporte.”

Bom, assim foi a entrevista, após 3 horas de esperar consegui uma entrevista, diante disso consegui ver mais de perto a adrenalina de um motoboy.

“Ninguém deseja um emprego desse para o resto da vida. Mas enquanto não arrumo nada melhor, continuo nessa carreira diária, porque preciso ajudar minha família.”

Leandro mora no Capão Redondo, Jardim Comercial, Zona Sul de São Paulo.



sexta-feira, 4 de maio de 2007

MOTOS CLÁSSICAS: VIDA NOVA EM DUAS RODAS

É cada vez maior o número de pessoas que se interessam em restaurar motos clássicas no Brasil. Com as vendas de motocicletas em plena ascensão, não é de se estranhar que o número de empresas ligadas ao mercado de duas rodas também tenha aumentado nos últimos anos. Junto a todo esse crescimento, profissionais especializados em restauração de motos clássicas começam a ganhar cada vez mais espaço entre os aficionados no assunto.
Em São Paulo, por exemplo, já existem dezenas de empresas focadas apenas neste nicho de mercado, como é o caso da Jacaré Motocicletas Clássicas. “Comecei a restaurar motos há mais de 20 anos. Naquela época não existia ninguém especializado em restauração, fomos os pioneiros nesse sentido”, diz Eduardo Leite, o “Jacaré”, proprietário da oficina. Para ele, a procura e o interesse do público aumentaram muito nos últimos anos. “O jovem fascinado por motos na década de 70 é o empresário de hoje, com maior poder aquisitivo. Isso significa que a moto que via quando criança e não podia ter é a mesma que ele compra hoje para começar uma coleção ou restauração”, informa Jacaré. Não é por menos.
















BMW R62 de 1928, seu dono, o colecionador Antonio Carlos Lopes conta que precisou buscar peças na Europa para finalizar o modelo. “A maioria das peças vieram da Alemanha e foram fabricadas artesanalmente. Minhas principais referências para esta moto vieram do próprio museu da BMW. Com quase 80 anos, a R62 está praticamente nova e com a mecânica funcionando perfeitamente”, informa Lopes, que chegou a desembolsar cerca de US$10 mil para dar vida nova à motocicleta.



Apesar de se tratar de um hobby que requer dose extra de tempo e dinheiro, uma das primeiras lições passadas aos iniciantes é não ter pressa. Isto porque, na maioria das vezes, não basta apenas reconstruir uma moto antiga. A restauração vai muito além disso. É necessária uma pesquisa de documentação histórica, à qual contenham dados como equipamentos e acessórios de época. Foi o que fez o economista Roge Gabrielli, dono de uma Lambreta 1967.



Ele conta que todo o processo de restauração de sua “máquina” consumiu mais de cinco anos de trabalho e cerca de R$ 12 mil. “Quando a comprei ela estava num estado deplorável. Então, não tive pressa. Comecei a ir atrás de acessórios para reformá-la e, dessa forma, passei a me interessar mais pela história da motoneta e por todos seus detalhes. Depois de todo o dinheiro e tempo gastos vejo que valeu a pena. Remontei a Lambretta com muito carinho e não a venderia por preço algum”, orgulha-se Gabrielli.
Como regra geral, a recomendação é iniciar no hobby com um modelo simples, não muito antigo e que tenha boa aceitação de mercado e público. “O conselho que procuramos dar aos nossos clientes é o de começar com motos mais conhecidas, como a Honda ST 70, CB 500Four ou CB 750, a lendária “Sete Galo”.













Estas são as mais comuns, com grande disponibilidade de peças e bom valor de comercialização”, diz Luiz Almeida, dono da Motodax, de Curitiba (PR). Para ele, que tem a restauração de motos como negócio, a satisfação em ver um cliente feliz com o resultado do trabalho chega a ser mais recompensador do que o retorno financeiro. “É muito bom ver um cliente orgulhoso com sua moto rodando como zero de novo. O legal é que existem aqueles que acabam se tornando grandes amigos mesmo, indo a encontros juntos e fazendo viagens. Isso é muito gratificante. Esta talvez seja a melhor parte para nós”, conclui o restaurador.

Fonte: Murillo Ghigonetto (Agência INFOMOTO)

Primeiros Carros Antigos

O Primeiro Automóvel no Brasil:

O Brasil é um dos primeiros países do mundo a conhecer um protótipo do automóvel. Em 1871, antes de Amédée Bollée, na França, dedicar-se à fabricação de veículos, a Bahia recebia um carro que se auto-movia.
A Bahia tem, entre outras, duas primazias: foi a primeira capital do Brasil e ganhou o primeiro automóvel brasileiro.
A cidade de Salvador era uma cidade importante, rica e “chique” que é como se dizia na época. As famílias mais destacadas usavam a cadeira de arruar ou os corcéis, que eram tratados com carinho especial – quando o Sr. Francisco Antonio Pereira Rocha importou seu “automóvel”.
Eis como era o monstro: uma máquina enorme, pesada e barulhenta, parecia com os atuais rolos compressores de pavimentação, mas com uma quinta roda na frente, responsável pela sua direção. Era movido a vapor e estava ligado a um carro destinado a acomodar os passageiros, que, na sua roupa mais elegante, levantavam a cabeça, soberbos do progresso de sua viatura.
O carro rodou por Salvador, para espanto do povo que enchia as ruas para ver a novidade. Um dia alguém desafiou o Dr. Rocha, dizendo que aquele monstrengo só andava no plano. Queria ver se subia ladeira.
O homem pulou na defesa de seu automóvel. O outro teimou. Então foi fechada uma aposta: iria à praça do Mercado, subiria a Ladeira da Conceição da Praia e chegaria à Praça do Palácio.
A notícia correu célere. Todo mundo tomou conhecimento da aposta, e muitas apostas mais surgiram, uns defendo o carro do Dr. Rocha, outros achando que ele, tão pesado e sem nada que o puxasse, não agüentaria a ladeira.
No dia combinado, o Dr. Rocha montou no veículo. O povo comprimia-se ao redor do monstrengo. O bicho resfolegou e começou a andar. Encaminhou-se para a Ladeira. Um momento de ‘suspense”. Parece que o bicharoco nem deu pela mudança de nível: foi subindo vagarosa mas firmemente. Quando despontou na Praça do Palácio, o povo que estava nas janelas e enchia a rua, prorrompeu em aplausos.
O Dr. Rocha ganhou a aposta e muita popularidade. Não se falou noutra coisa durante muito tempo.
Umas das coisas que mais impressionaram o baiano, no caso do automóvel primitivo, foi o fato de ele ter as rodas cobertas de borracha. Tanto assim que logo surgiu uma quadrinha popular, que ficou no folclore baiano muito tempo. Dizia ela:
“Havemos de ver dos dois
O que aperta ou afrouxa:
Do Lacerda o “parafuso”
Ou a “borracha” do Rocha

O parafuso do Lacerda é o ascensor da época ligando a Cidade Baixa à Cidade Alta. A borracha do Rocha é o primeiro automóvel de rodas de borracha, do Dr. Francisco Antonio Pereira Rocha.
O fim da primeira excursão do carro brasileiro foi melancólico: de volta de uma excursão ao Rio Vermelho, à margem do Dique, partiu-se uma peça do veículo.
Os passageiros não tiveram outro recurso senão voltar de trole: vieram para a cidade num dos troles da “Trilhos Centrais”.
Segundo algumas informações, não confirmadas, o automóvel a vapor do Dr. Rocha teria ido ao Rio Grande do Sul.
Se isso é verdadeiro, foi a velha caranguejola arrancar mais aplausos e espantos. Agora nos pampas.



Santos Dumont mais uma vez pioneiro:

O primeiro automóvel de motor a explosão que o Brasil ganhou foi um presente de Santos Dumont. O brasileiro apaixonado por mecânica estava em Paris quando surgiram os primeiros carros. Interessou-se imediatamente pela novidade. Não era fácil, em 1890, adquirir um carro: é ele que confessa no seu livro “Meus Balões”. Teve que percorrer várias usinas procurando o melhor. Acabou, em 1891, comprando um Peugeot. Foi um dos primeiros fregueses da grande fábrica francesa.
Santos Dumont trouxe esse carro para o Brasil. Menos para andar, do que para estudá-lo.
Quem sabe o que aprendeu Santos Dumont daquele motor, naquele novo veículo? O que deverá a aviação a esse primeiro motor Peugeot?
Há um documento na prefeitura de São Paulo no qual Henrique, irmão de Santos Dumont é o automobilista pioneiro da capital bandeirante.
Não conseguimos apurar se esse carro é o mesmo que o “Pai da Aviação” trouxe, ou se Henrique importou outro.
Se Santos Dumont, nas suas experiências, não destruiu o Peugeot, o carro é o mesmo.
No ano seguinte ele voltaria a Paris e não levaria carro algum na sua bagagem.
Mas de qualquer forma credite-se a Henrique, morador em São Paulo, o pioneirismo do carro bandeirante.
Henrique, irmão de Alberto, era o primogênito da família. Por ter nome idêntico ao pai, alguns autores fazem confusão e citam o pai de Santos Dumont como o possuidor do primeiro carro paulistano. Mas era o filho, mesmo, porque em 1901 o chefe da família já havia falecido.
Há um documento onde ficou firmado o pioneirismo de Henrique Santos Dumont em automóvel a explosão na cidade de São Paulo: é o requerimento que faz, datado de 1901, ao governador da cidade requerendo baixa do lançamento do imposto sobre seu automóvel.

Eis as razões do peticionário:
“...o suplicante sendo o primeiro introdutor desse sistema de veículo na cidade, o fez com sacrifício de seus interesses e mais para dotar a nossa cidade com esse exemplar de veículo “automobile”; porquanto após qualquer excursão, por mais curtas que sejam, são necessários dispendiosos reparos no veículo devido à má adaptação de nosso calçamento pelo qual são prejudicados sempre os pneus das rodas. Além disso o suplicante apenas tem feito raras excursões, a título de experiência, e ainda não conseguiu utilizar de seu carro “automobile” para uso normal, assim como um outro proprietário de um “automobile” que existe aqui também não o conseguiu”.

Por esse documento ficamos sabendo que existia um segundo carro na cidade de São Paulo, em 1901. Depois de demoradas pesquisas acreditamos que o nome de seu possuidor tenha sido o Conde Álvares Penteado.
Além do mérito histórico dessa petição do Dr. Henrique Santos Dumont o documento tem uma outra característica: é a primeira reclamação de um dono de automóvel ao poder público contra as más estradas e as ruas em péssimo estado de conservação.
Mais de 100 anos depois, em muitas cidades do Brasil ainda é atual o sentido da petição do Dr. Santos Dumont: as ruas continuam péssimas e são as responsáveis maiores pelo estrago dos veículos.
Pena que requerimento idêntico tenha a característica do primitivo: inócuo.




As Primeiras Carteiras de Motoristas:

Os primeiros carros que aqui chegaram eram conduzidos por leigos que, por iniciativa própria, puxando esta alavanca, empurrando aquele pedal, mexendo aqui, fuçando ali – conseguiram por o veículo em movimento e levá-lo pelas acanhadas ruas do Rio.
O motorista habilitado só apareceu em 1906 – embora o decreto nº 858, de 15 de abril de 1902, exigisse exame de condutores de automóveis.
A primeira comissão examinadora de candidatos a condutores de veículos era constituída de engenheiros da Prefeitura. Os que lavraram os primeiros termos de habilitação de motoristas cariocas foram os Drs. Afonso de Carvalho, Aníbal Bevilacqua e Arthur Miranda Ribeiro.
O primeiro exame para motorista foi realizado no dia 08 de janeiro de 1906. Foram aprovados os seguintes examinados: Manuel Borges (Panhard & Levassor); Ernani Borges (Decauville); Francisco Leite de Bettencourt Sampaio Jr. (Darracq); Carlos Inglez de Souza (Darracq) e José de Almeida.
No dia 19 de janeiro, houve mais três “diplomados”: Engenheiro José Augusto Pereira Preste; João Vasques Martins e Honório Guimarães Moniz.
A 7 de fevereiro seguinte houve novo exame. Ficaram habilitados: João Vieira da Silva Borges e Felisberto Caldeira.
É interessante frisar que Felisberto Caldeira foi cocheiro dos carros dos presidentes Campos Salles e Rodrigues Alves e o primeiro “chaffeur” do Palácio do Catete.
Daí por diante os exames se sucediam habitualmente duas vezes por mês.
Pouco a pouco o Rio foi tendo motoristas, amadores e profissionais, habilitados pela seção competente da prefeitura.


Modelo de Carteira de Motorista emitida pela Pref. de Curitiba em 1913





Primeira Corrida de Automóvel da América do Sul:

A primeira corrida oficial de automóvel da América do Sul realizou-se em São Paulo, em 26 de julho de 1908, entre São Paulo e Itapecerica, num percurso de 80 quilômetros.
Não houve acidentes, apesar da poeira e do terreno áspero e acidentado. O vencedor foi o desportista Dr. Silvio Penteado, com seu Fiat de 40HP. Em Santo Amaro, o carioca Gastão de Almeida leva 5 minutos de vantagem sobre os outros competidores da categoria D. Mas o reservatório de óleo do seu Dietrich-Lorraine cai a seis quilômetros da chegada. Então, Silvio Álvares Penteado o ultrapassa e consegue chegar em primeiro lugar, sob um tempestade de aplausos.
Eis o percurso: do Parque Antártica, em São Paulo, até Itapecerica os carros tinham que atravessar a Consolação, Av. Paulista, Arco Verde, Pinheiros, Botequim, Pirajussura, M. Boi passando por fora de Itapecerica, e voltando por M. Boi Mirim, Santo Amaro e indo sair na Av. Paulista.



Fonte de pesquisa: Livro Rodas da editora GB.

segunda-feira, 30 de abril de 2007




Historia das duas rodas.




Neckarsülm alemã de 1906, a motocicleta mais antiga na exposição do Museu Histórico Nacional




“Amazonas a maior moto da historia foi fabricada no Brasil”


Vida sobre duas rodas, vento no rosto e uma enorme sensação de liberdade, é assim que os amantes das motocicletas definem a preferência por este veículo. No transito de uma cidade como São Paulo ou numa auto-estrada existem pessoas que trocam o conforto de um carro pela adrenalina de estar em cima de uma moto.

A motocicleta ou popularmente conhecida como moto tem muitos amantes porem o que muitos não sabem é como tudo começou.



A motocicleta foi inventada simultaneamente por dois homens que não se conheciam um francês e Lowis Perreaux e o americano Sylvester Roper; os dois cada um em seu país de origem realizaram pesquisas e testes. A primeira moto na verdade uma bicicleta com motos a vapor que foi fabricado em 1869 e era o resultado dos estudos dos dois. Sociedades desenvolvidas como Estados Unidos, França e Inglaterra possuíam locomotivas e ônibus movidos por motor a vapor circulando normalmente por entre as cidades; porem pesquisadores e empresários da época buscavam alternativas às grandes; daí surgiu a moto.
Quando a moto foi criada com motor a vapor, já era popular o motor de combustão interna movido a gasolina; porem a primeira motocicleta com este tipo de motor só foi produzida dezesseis anos depois de sua criação; 1885, pelo alemão Gottlieb Daimler e seu ajudante Wilhelm Mayback.
Daimler que ficou conhecido no mundo inteiro por criar automóvel, e que hoje é uma das montadoras mais conceituada no mercado; cria um motor movido a gasolina com uma cilindro, leve e rápido; adaptado a uma bicicleta de madeira. Daimler não tinha a intenção de criar e trabalhar em um veiculo de duas rodas, queria apenas testar o novo propulsor; seu filho Paul Daimler teve a honra de pilotar essa motocicleta. Depois Gottlieb se dedicou apenas a criar automoveis.
O motor de combustão interna proporcionou que as motocicletas fossem fabricadas em escala industrial; dois tipos de motores disputavam o mercado: o que funcionava pelo
Ciclo de Otto e tinha quatro tempos, criado por Daimler e Mayback; e o outro que possuía dois tempos e eram menores, leves e mais baratos. Os frabicantes de ciclomotor – veículos intermediários entre a bicicleta e a motocicleta – tinham um grande dilema que era onde colocar o motor; problema este que só foi solucionado no inicio do século XX, o motor fica na parte interna do triangulo que é formado pelo quadro; modelo esse que é usado até hoje.
Mas antes disso vários modelos foram fabricados, cada um com o motor em um local diferente: o motor atrás do selim, na frente do guidão, dentro ou sob o quadro da bicicleta, no ciclo da traseira e também da roda dianteira.


Ciclomotor de 48cm3: primeiro modelo criado pela Honda, em 1948

A moto no Brasil

No Brasil a historia começa no inicio do século passado com a importação de modelos europeus e alguns americanos; e dividiam espaço com veículos similares como sidecars e triciclos com motores. Antes do fim da primeira década do século já existiam 19 modelos diferentes rodando pelas vias do país; entre elas dois modelos americanos que destacam até hoje, eram elas uma Indiam e uma Harley Davidson, e as européias: FN 4 cilindros ( belga), Henderson (inglesa) e a NSU que era alemã.
Somente na década de 50 o Brasil teve uma motocicleta fabricada no território nacional que foi a Monark com um motor inglês BSA de 125 cm3; lançado em 1951. Depois lançaram modelos maiores com propulsores CZ e Jawa, da Tchecoslováquia e um ciclomotor – Motoneta – equipada com um motor NSU alemão. Na cidade de São Paulo na mesma década chegaram as motonetas Lambreta,Saci e moskito; no estado do Rio de Janeiro a Iso começa a ser fabricada com um motor italiano de 150 cm3, também a Vespa e o Gulliver um ciclomotor.
Apenas na década de 80 grandes montadoras mundiais abrem filiais no Brasil, Honda, Yamaha, Piaggio, Brumano, Motovi (nome usado pela Harley Davidson nas fabricas do Brasil), Alpina; e as brasileiras FBM e AVL.Nessa época surgiu a maior motocicleta do mundo, a Amazonas com um motor Volkswagen de 1600cm




para este texto foi consultado como base de estudos conteudos on-line.
site:viagemdemoto.com.br/