sexta-feira, 4 de maio de 2007

MOTOS CLÁSSICAS: VIDA NOVA EM DUAS RODAS

É cada vez maior o número de pessoas que se interessam em restaurar motos clássicas no Brasil. Com as vendas de motocicletas em plena ascensão, não é de se estranhar que o número de empresas ligadas ao mercado de duas rodas também tenha aumentado nos últimos anos. Junto a todo esse crescimento, profissionais especializados em restauração de motos clássicas começam a ganhar cada vez mais espaço entre os aficionados no assunto.
Em São Paulo, por exemplo, já existem dezenas de empresas focadas apenas neste nicho de mercado, como é o caso da Jacaré Motocicletas Clássicas. “Comecei a restaurar motos há mais de 20 anos. Naquela época não existia ninguém especializado em restauração, fomos os pioneiros nesse sentido”, diz Eduardo Leite, o “Jacaré”, proprietário da oficina. Para ele, a procura e o interesse do público aumentaram muito nos últimos anos. “O jovem fascinado por motos na década de 70 é o empresário de hoje, com maior poder aquisitivo. Isso significa que a moto que via quando criança e não podia ter é a mesma que ele compra hoje para começar uma coleção ou restauração”, informa Jacaré. Não é por menos.
















BMW R62 de 1928, seu dono, o colecionador Antonio Carlos Lopes conta que precisou buscar peças na Europa para finalizar o modelo. “A maioria das peças vieram da Alemanha e foram fabricadas artesanalmente. Minhas principais referências para esta moto vieram do próprio museu da BMW. Com quase 80 anos, a R62 está praticamente nova e com a mecânica funcionando perfeitamente”, informa Lopes, que chegou a desembolsar cerca de US$10 mil para dar vida nova à motocicleta.



Apesar de se tratar de um hobby que requer dose extra de tempo e dinheiro, uma das primeiras lições passadas aos iniciantes é não ter pressa. Isto porque, na maioria das vezes, não basta apenas reconstruir uma moto antiga. A restauração vai muito além disso. É necessária uma pesquisa de documentação histórica, à qual contenham dados como equipamentos e acessórios de época. Foi o que fez o economista Roge Gabrielli, dono de uma Lambreta 1967.



Ele conta que todo o processo de restauração de sua “máquina” consumiu mais de cinco anos de trabalho e cerca de R$ 12 mil. “Quando a comprei ela estava num estado deplorável. Então, não tive pressa. Comecei a ir atrás de acessórios para reformá-la e, dessa forma, passei a me interessar mais pela história da motoneta e por todos seus detalhes. Depois de todo o dinheiro e tempo gastos vejo que valeu a pena. Remontei a Lambretta com muito carinho e não a venderia por preço algum”, orgulha-se Gabrielli.
Como regra geral, a recomendação é iniciar no hobby com um modelo simples, não muito antigo e que tenha boa aceitação de mercado e público. “O conselho que procuramos dar aos nossos clientes é o de começar com motos mais conhecidas, como a Honda ST 70, CB 500Four ou CB 750, a lendária “Sete Galo”.













Estas são as mais comuns, com grande disponibilidade de peças e bom valor de comercialização”, diz Luiz Almeida, dono da Motodax, de Curitiba (PR). Para ele, que tem a restauração de motos como negócio, a satisfação em ver um cliente feliz com o resultado do trabalho chega a ser mais recompensador do que o retorno financeiro. “É muito bom ver um cliente orgulhoso com sua moto rodando como zero de novo. O legal é que existem aqueles que acabam se tornando grandes amigos mesmo, indo a encontros juntos e fazendo viagens. Isso é muito gratificante. Esta talvez seja a melhor parte para nós”, conclui o restaurador.

Fonte: Murillo Ghigonetto (Agência INFOMOTO)

Um comentário:

Action Sound & DJ disse...

Grande Luizinho, seu encantador trabalho e simplesmente dignificante para os apaixonados por motocicletas, pois além de recompensador em todos os aspectos, vc devolve a originalidade a essas jóias raras engrandecendo e embelezando ainda mais nossas ruas brasileiras !!
Parabéns mesmo amigo...
DJ CHACALL - RIO PRETO _ SP