sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Estresse da Vida de Motoboy
por Ana Paula Firmino

Os Motoboys correm estressados em meio ao trânsito da cidade de São Paulo, para mais uma das dezenas entregas que deve fazer durante o expediente. Sem assistência médica, e com o salário muito baixo, essa é uma das poucas oportunidades de emprego para muitos adolescentes.

Assim é a rotina de Leandro Gárcia Ferreira, de 19 anos. Motoboy há 3 meses garante que apesar da vida estressante, gosta da carreira do dia-a-dia.

“Trabalho andando de moto, que é uma das coisas que eu mais gosto de fazer.”

Além de trabalhar entregando correspondência para a empresa via amarela do metrô, a noite trabalha como Motoboy do Habib’s, do qual chega a fazer entregas até 28 minutos, Leandro está acostumado com o risco que corre diariamente e a falta de segurança no meio que trabalha. “Riscos sempre há, em qualquer lugar, mas estou acostumado. Já sofri um acidente de moto, e sei que pode acontecer com qualquer um. O triste é que não podemos contar com assistência médica nesses casos, por isso procuro tomar o máximo de cuidado possível.”

Os motoqueiros geralmente durante o trânsito são privilegiados, que entre os intervalos conseguem passar, em questão do respeito entre o motoboy, motoristas de ônibus e carros. “Já desrespeitei, mas é lógico que já fui desrespeitado, mas agente deixa barato.”

A violência nas ruas de São Paulo é muito grande, e continua crescendo a cada dia, principalmente os assaltos.

“Já fui assaltado pelo próprio cliente, fiz a entrega e além dele não pagar, ainda pegou o dinheiro de outras entregas.”

A maioria desses jovens sonham em dar continuidade aos estudos, exercer alguma profissão.

“Pra falar verdade não penso muito nisso, mas uma área de interesse é Educação Física, porque mexe com esporte.”

Bom, assim foi a entrevista, após 3 horas de esperar consegui uma entrevista, diante disso consegui ver mais de perto a adrenalina de um motoboy.

“Ninguém deseja um emprego desse para o resto da vida. Mas enquanto não arrumo nada melhor, continuo nessa carreira diária, porque preciso ajudar minha família.”

Leandro mora no Capão Redondo, Jardim Comercial, Zona Sul de São Paulo.



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